Palestra com fotojornalista estadunidense acontece na UFPI

Apresentação contou com relatos de crises, guerra e das dificuldades durante as viagens de George Tanber

O Centro de Educação Aberta e a Distância da UFPI (CEAD/UFPI), juntamente ao departamento do curso de Comunicação Social e à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), promoveu a palestra “A vida de um correspondente estrangeiro e fotojornalista”, ministrada pelo fotojornalista estadunidense George Tanber. O evento aconteceu no auditório do Centro de Ciências da Educação da UFPI (CCE/UFPI) na manhã desta segunda-feira (16/10).

Coordenador do programa de Ensino e Inovação do CEAD/UFPI, Prof. Gustavo Said e a diretora do CEAD/UFPI, Profa. Lívia Nery

Segundo o coordenador do programa de Ensino e Inovação do CEAD/UFPI, Prof. Gustavo Said, a dedicação do profissional convidado no que se refere à produção jornalística é uma inspiração aos jovens graduandos dos cursos de Comunicação Social e Jornalismo. Ainda de acordo com o professor, a troca de experiências e a disponibilidade de Tanber é motivo de felicidade para os presentes.

“Agradeço o CEAD/UFPI que nos ajudou a tornar possível a vinda do fotojornalista George para esse evento, como também os professores, chefia de departamento e do PPGCom. É difícil apresentar um profissional que tem 50 anos de história. Um correspondente internacional, alguém que já prestou serviços para a National Geographic, com atuação bastante diversificada na área da Comunicação. Então, essa palestra foi uma troca de ideias, apresentou uma parte das vivências, da vida como repórter. Apesar de aposentado, ainda continua publicando as matérias que vêm produzindo ao longo dos anos. Agradecemos o carinho, a disponibilidade, amizade e a forma bastante amistosa com que acolheu nosso convite. Estamos felizes com sua presença. Thank you very much”, agradeceu.

O fotojornalista George Tanber trouxe as vivências e experiências durante as missões no exterior, comumente em situações críticas ou de guerra. Tanber afirma que é sorte estar vivo, pois as histórias são importantes, mas os fotojornalistas correm riscos.

“O que me mete em encrenca é tirar fotos, e não necessariamente escrever. E você tem que saber conversar quando se está em apuros. Uma vez, eu estava na Etiópia e tinha muita fome. Era um lugar onde centenas de pessoas morriam todos os dias sem comida. E é difícil separar a emoção da profissão. Uma outra vez, cerca de 3 mil pessoas morreram na devastação do furacão Katrina. Eu estava em um lugar onde havia muitos corpos, e o calor estava muito forte. E, por isso, eu precisei cobrir o nariz por conta do mau cheiro. Esse foi um dos maiores desafios durante os meus anos de trabalho”, comentou.

Tanber também alertou sobre a necessidade de honestidade e profissionalismo dentro do jornalismo, uma vez que as redes sociais trouxeram um cenário onde muitos publicam histórias que não são verdadeiras.

“Com a fotografia, a essência do jornalismo não mudou. Você tem que reportar a realidade, e da melhor forma que puder, com integridade. E isso é muito difícil de fazer atualmente em razão das mídias sociais. Muitas pessoas pensam que são ou que podem ser jornalistas, postando histórias que não são verdadeiras. Para o leitor, como saber o que é verdade ou mentira? Para os jornalistas torna-se muito difícil, e, por isso, é mais importante adquirir a confiança do seu leitor. Pois, este, vai acompanhá-lo por onde for. E convencê-los que o que você está escrevendo é a verdade não é fácil, é bem difícil”, relatou.

O aluno do 6º período do curso de Jornalismo, Esdras Rocha, conta a importância do contato com profissionais como George, além das impressões com a palestra realizada.

“É muito inspirador ter uma experiência como essa, de poder ouvir as histórias e conselhos de alguém tão experiente, com trabalho tão significativo na área. Isso é muito importante para nós ainda discentes podermos ter uma visão melhor de como é a profissão na prática. Essa troca com o Tanber foi muito significativa para mim, pois quero seguir na área do fotojornalismo. Eu tive um melhor esclarecimento de como é realmente a vivência de quem trabalha com isso”,  finalizou.

Participaram da palestra estudantes dos cursos de Comunicação Social e Jornalismo

Sobre Tanber

George J. Tanber nasceu em Toledo, Ohio (EUA). De 1974 a 1990, ele viajou por mais de 50 países como freelancer e repórter de jornais. Seus artigos e fotografias foram publicados no Washington Post, Chicago Tribune, Dallas Morning News, Christian Science Monitor e publicações da National Geographic.

Grande parte das suas viagens envolveu viagens terrestres através de países em desenvolvimento em conflito e turbulência.

De 1996 a 2006, Tanber trabalhou como repórter de projetos especiais e repórter investigativo para The [Toledo] Blade. Ele também trabalhou como correspondente da ESPN e da Thomson Reuters.

Tanber morou nos subúrbios de Washington, D.C., Espanha, Arábia Saudita e Líbano. Atualmente ele opera uma empresa de produção de vídeo e redação de conteúdo em Toledo. Tanber se formou na Escola de Jornalismo E.W. Scripps da Universidade de Ohio, onde também possui mestrado em comunicação.